

Metamangue
Bem-vindas e bem-vindos à instalação virtual "Metamangue".
Os manguezais de Aracaju-SE, como em tantos outros lugares do mundo, são berços de biodiversidade e verdadeiros alicerces ecológicos que sustentam a vida costeira. No entanto, essa riqueza natural enfrenta constantes ameaças devido ao avanço da urbanização, à poluição e às mudanças climáticas.
A instalação virtual Metamangue nasce do encontro entre arte e urgência ambiental. Fruto de uma imersão em campo como artista, biólogo e cidadão nos manguezais da capital sergipana, a exposição transforma esse ecossistema em matéria sensível e estética, buscando sensibilizar o público para a importância da sua preservação. O olhar artístico aqui se torna ferramenta de alerta, mas também de contemplação e reverência a esse universo vital e resiliente.
As obras que compõem Metamangue transitam entre o audiovisual, a arte sonora e a fotografia, formando um tecido poético de sons, imagens e memórias. O projeto apresenta três peças de videoarte — Rizophora, Ucides e Crassostrea — e mais duas composições musicais, Avicenia e Laguncularia, todas dedicadas a espécies fundamentais do manguezal. As criações expressam poeticamente a urgência do tempo que nos resta para agir em defesa do meio ambiente.
As fotografias poéticas que integram a instalação ampliam essa experiência imersiva, somando-se às outras linguagens para formar um mapa sensorial do Metamangue. Mais do que uma exposição, esta é uma convocação à escuta, ao olhar atento e à reflexão sobre a fragilidade e a potência dos manguezais.
Para uma experiência mais imersiva, recomendamos o uso de fones de ouvido.
RIZOPHORA

Rizophora traduz poeticamente o movimento das raízes escoras que sustentam o manguezal. Inspirada na árvore Rizophora, cujas raízes mergulham nas águas salobras, a peça captura a serenidade e a força do ecossistema. Aqui, ouvimos o roncar das raízes, o som quase imperceptível, mas profundo, como se as raízes respirassem e se entrelaçassem com a terra, suportando o peso da vida que brota do solo lodoso.
A obra nos convida a imergir lentamente nesse espaço, onde cada som revela a persistência das raízes e a delicadeza da adaptação da natureza.
UCIDES

Ucides traduz poeticamente as microrelações entre o caranguejo Ucides e o manguezal, um ambiente de silêncio e caos, onde a complexidade do microclima é revelada. A peça nos transporta para esse mundo onde o movimento do crustáceo parece ser uma dança silenciosa entre as raízes e a lama, um contraste entre a tranquilidade de seus passos e o dinamismo do ecossistema ao seu redor. O roncar das raízes ecoa, criando uma ponte sonora entre a serenidade e o caos da vida no mangue. A obra nos convida a mergulhar nas sutilezas desse microambiente e a refletir sobre a complexidade e a resiliência da vida no manguezal.
CRASSOSTREA

Crassostrea busca traduzir para o universo sonoro e visual as cascatas de reações que ocorrem no microclima inundado do manguezal, onde o processo de filtração das águas é vital para a saúde do ecossistema. A obra explora as transformações invisíveis e contínuas que purificam as águas e equilibram esse ambiente tão complexo, enquanto o roncar das raízes ecoa, lembrando-nos da interconexão de todos os elementos.Cada som e imagem criam uma paisagem sensorial que revela a intensidade das interações naturais e a fragilidade desse processo de purificação essencial.

ARTE SONORA

FOTOGRAFIA




Os manguezais são ecossistemas de extrema complexidade e adaptação. Suas árvores criam raízes escoras entrelaçadas, garantindo sustentação no solo lodoso, enquanto os pneumatóforos se erguem para captar oxigênio. Bactérias invisíveis transformam matéria orgânica, nutrindo esse ambiente dinâmico, onde animais filtradores, como ostras e mariscos, purificam a água, e crustáceos como o Ucides movimentam a maré da vida.
As fotografias do Metamangue capturam essas texturas e formas, revelando a engenhosidade da natureza.

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, através da FUNCAJU,
Prefeitura de Aracaju e Governo Federal.
